ÓDIO + DOR: A ORGASM-O-RAMA DO POVO

Não tem como se pensar diferente. É isso. Fica decretado. Fica canonizado. A grande massa gosta de odiar para sofrer e vice-versa. A sociedade não carece de bandidos, mas sim de pessoas ou porque não objetos, que se oponham ao sistema NORMAL das coisas. Pensar diferente, agir como o não esperado, e assim por diante. Estamos numas que torcer contra é muito mais divertido que comemorar vitória própria. Bem, esta é a fórmula para novelas globais darem certo até hoje. Todo mundo sabe o final, mas querem ter aquelas coisas para odiar e ter falsas emoções. E vejam bem, se eu fosse o Roberto Carlos(cantor) acompanhado de um cérebro crítico, eu iniciaria todos meus shows com a frase: “São tão falsas as emoções.”

Tudo navega cada vez mais a fundo na tal palavra “efêmero”. A razão, fato ou acontecimento só aparecem na hora do argumento. Nisso, dou um exemplo: Os colorados estão meio atônitos pelo time que não é regular. Para ser bem sincero, não estão suando frio mesmo pois até então a sorte impera. Mas se um vivente for caçoar do colorado, o pobre macaco gritará um “Campeões da América!” ou “Ganhamos do Barcelona!”. O passado é representado só perante o ataque. Pense o Grêmio, em que buraco se enfiaria o seu torcedor se alguém fosse tirar uma com o atual rendimento do time? Só o passado remoto salvaria. E olhe lá.

Se fizermos um teste para pessoas que não são tão ligadas no futebol. Saíssemos nas ruas perguntando “qual foi o último campeão do Brasileirão?” A chance do ser humano responder “São Paulo” é grande. Pois o time paulista virou “abituê” da mídia de ganhar tudo que compete. Se duvidar tem até gente que gosta de futebol que tem que fazer força para lembrar que o Fluminense foi quem ganhou. Com um gol do Sheik ainda, que foi escarrado do elenco. E que antes do Fluminense o Flamengo com o Bruno-da-lanterna-vermelha foi quem ergueu o caneco. Por lógica soa até estranho dizer que nos últimos dois anos os cariocas que se deram bem. Nas real isso me dá até alergia ao escrever.

CORTEM A CABEÇA!!!

Já dizia a rainha do livro da Dona Alice e o chá de cogumelo. As pessoas sentem falta de uma cabeça cortada. O Coliseu com seus massacres, a Santa Inquisição com suas heresias, a guilhotina francesa com sua “igualdade”…tudo era ferramenta bruta e tosca que o povo urlava de prazer. Claro…antes eles do que eu. A velha leizinha da pimenta oftalmológica, mas se a dor é própria, também é louvada. Louvada talvez não seja a palavra adequada. Seria melhor um “meritada”.

No começo do ano a cabeça mais a prêmio que se falava era a do Assis Júnior. Virou uma apoteótica novela de dor e ódio. Traição e rancor. Além de gremistas, muitos outros brasileiros compartilhavam a ira pela quadrilha dos Assis e suas feituras. Cantavam a ordem, de todos os lados da imprensa, que quando o camisa 10 dos urubus pisasse no Olímpico, imediatamente arderia em chamas e a olhos gordos que fariam seus joelhos virarem cortiça. Um Código de Hamurabi foi instalado e a dupla de pilantras morreria até antes do último crepúsculo invernal.

Ronaldinho Gaúcho começou a empilhar gols, assistências e boas atuações. A imprensa trocou o fuzil por uma flor, e o mais novo da quadrilha de vilão passou para “possível” convocado para a Seleção, em menos tempo que uma virada de pandeiro. E aí? O que fazer? O povo segue a linha e honra o dentuço. E não pode ser diferente. Futebol é dinheiro. Torcer é para os burros que tem fé naquilo que não move montanhas. E o gremistas…ficaram com o osso. De novo.

Então uma cabeça começa a mostra sua santa possibilidade de ser cortada. E mesmo assim, faz pouco caso, diz que é necessário tempo e paciência. Mano Menezes, discreto e sereno, faz a barba todo dia para a lâmina passar mais rápido.
Entretanto, tudo coibiu para seu azar. Mano Menezes pegou a seleção em um momento de descartes e desmames. Sim, uma expressão bem pecuarista, mas serve. Descartes de medalhões, ou jogadores que não dão mais conta como antigamente, e desmames e bezerros jovens, que mostram ter potencial para serem grandes touros, mas devem ser ensinados, ainda. Além de touros, cavalos de raça pura, porém redomões. Difíceis de pôr um maneador e recolocá-los aos lida campal das quatro linhas.

Na seleção as coisas mudam um pouco de figura.

De qualquer sorte, o Mano está certo. Esquece um que outro nome, ok. Mas tenta um sistema, para repetir e dar ritmo. Deixar prático para seus matungos entenderem o que ele planeia para a equipe. Mas o resultado não aparece. E a lâmina começa a ser afiada. O ódio por uma nova cabeça estava por demorar. A dor de deixar de ser a “seleção a ser batida” aflige um povo, que se comove mais por um esporte delegado pela máfia das máfias, do que pelo seu filho que sua falta de emprego. Mas não ha de ser nada, deixo a bolsa família me levar, e a Dilma leva eu! A tia Dilma disse que vai ter estádio pra todo mundo, que vai ser a melhor Copa de todos os tempos. Pra que reclamar agora? Por sinal, do que é que eu estava falando mesmo? Quem foi o campeão do Brasileirão? Sei lá! Antes ou depois o Felipão irá nos salvar!

ESSA É PARA ARQUIVAR

O majestoso e nababesco portal globo.com, criou uma pérola fantástica. Conseguiu descobrir o nó tático criado por Osmar Loss! Incrível! Ninguém tinha se dado conta ainda!
O pior é que eles ainda postam uma imbecilidade do gênero.
Caros mortais. Quem se presta para ficar lendo sistemas de formação, desenhos táticos e etc, é louco que nem eu. Que o povo quer saber disso?!?
Pra quem quer ver a GRANDE descoberta da GLOBO, clique AQUI.

Nisso lembro de uma frase do melhor lateral esquerda da história (talvez empate com o Nilton Santos, porém, mais polivalente), Júnior, que também é o melhor comentarista da TV. Em um jogo do Flamengo quando o Caio Júnior que treinava os urubus, no intervalo um dos comentaristas da Sportv disse que colocava o Caio Júnior entre os melhores jovens treinadores do país, pois durante uma partida ele mudava o esquema até três vezes, abrindo um leque de formações. Júnior rebateu com uma voz morna e humorada. Com calma respondeu que jogador de futebol não tem inteligência nem para decorar um esquema tático, quem dirá três. Que deve se fazer da mesma forma repetidas vezes para afinar cada vez mais. E se não está funcionando o que foi treinado, é porque um ou outro jogador não está espirado. Tira o matungo e coloca outro potro no lugar. Simples assim.


Quando o time está bem ensaiado, são outros 500. Uh!

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